Antes de falarmos sobre Terapia Cognitiva Sexual, é importante fazermos um breve mergulho sobre as diferentes sexologias ao longo da história…
Começaremos examinando a primeira sexologia que compreende desde a ideia do pecado original, toda voltada pra procriação, onde qualquer desvio nesse sentido era visto como perversão.
Na década de 40, no pós guerra surge a segunda sexologia, onde aparecem estudos e pesquisas sobre a função e disfunções sexuais como funcionamos, e juntamente com grandes descobertas, grandes propostas de tratamento. Avançando para o final do século passado, e início do século 21 podemos dizer que surge a terceira sexologia.
Este período foi marcado por revoluções e diversas mudanças e conquistas revolucionárias, com diversos movimentos libertários tais como: a cultura hippie, o movimentos LGBT, o advento da pílula, movimentos feministas, a lei do divórcio na década de 70, na década de 90 surge o viagra (que não resolveu tudo), o desenvolvimento de novas tecnologias, a globalização, e tantos outros fatores que foram contribuindo e gerando rompimentos com instituições e dogmas sociais, e assim ocorreram profundas transformações, as quais foram culminando numa desintegração social.
Estas mudanças sociais transformaram radicalmente a organização e estrutura da sociedade, ecoando em todas as esferas da vida humana, inclusive na sexualidade.
Na era da modernidade líquida, o predomínio do desapego, o consumismo, o supérfluo, o descartável, a ausência de vínculo, moldaram ainda mais a sexualidade na sociedade contemporânea. Essas mudanças pavimentaram o caminho para questões sexuais que vemos hoje, onde a performance se tornou mais importante do que a própria vivência sexual.
Com o absurdo avanço da ciência sobre os processos cognitivos, ficou evidente a influência emocional na sexualidade, criando espaço para terapias sexuais. Isso forma a base do nosso entendimento atual da sexualidade.
Hoje, a sexualidade é um tópico muito discutido, porém, ainda envolto em tabus e preconceitos. Conceitos como erotismo, sexo, pornografia, prazer, fantasia, desejo, intimidade, programa, prostituição, relacionamento vêm à mente quando pensamos em sexualidade.
Há também os desfechos e preconceitos sociais decorrentes da sexualidade, como gravidez indesejada, mortalidade feminina por aborto, violência, discriminação da população homossexual, feminicídio, doenças ITS, disfunções sexuais, pedofilia, parafilias e muitos outros.
Neste estudo, vamos explorar a sexualidade na sociedade atual, suas implicações, desafios e transformações.
É através de todo este panorama que surgem as bases para a Terapia Cognitiva Sexual (TCS). Esta modalidade que busca traduzir para a prática clínica os conhecimentos presentes na literatura, com uma proposta de conceitualização de caso e intervenções terapêuticas próprias.
Ancorada nas Terapias Cognitivas Comportamentais (TCCs), a TCS parte do pressuposto que nossos comportamentos são interpretadas conforme pensamos e sentimos. Esse referencial se aplica também à maneira como entendemos e vivemos a nossa sexualidade. A bagagem da visão da sexualidade de cada indivíduo é preenchido com diversos elementos dentro de cada contexto, tais como:
A educação sexual (ou a sua falta);
As crenças pessoais;e os Mitos;
Aprendizados, memórias de experiências;
Valores familiares, morais e religiosos;
Emoções, entre outros.
Como entendemos o papel da mulher e do homem;
As primeiras percepções do corpo;
As experiências boas e não tão boas;
A comunidade;
A mídia;
A religião;
Outros.
Com esses conteúdos, o ser vai formando, entendendo e moldando sua autoimagem, “Como o indivíduo se vê sexualmente, atraente não atraente? O que é o sexo normal e ideal pra ele? “O que a parceria espera dele?”. Todos esses fatores contribuem pra construção da sua sexualidade…
Quando chega na vivência sexual, muitas vezes é bem diferente do que o indivíduo pensava. É nesse ponto que surgem muitas disfunções e queixas sexuais. A Terapia Cognitiva Sexual, portanto, tem um papel essencial em ajudar os indivíduos a revisar e refinar sua percepção sobre sexualidade, contribuindo para uma vida sexual mais saudável e satisfatória.
Continuando, as origens mais frequentes das queixas e disfunções sexuais residem em causas biológicas e emocionais. A dinâmica entre corpo e mente é uma relação indissolúvel, influenciando e interpenetrando-se mutuamente. Por vezes, é necessário considerar uma abordagem multinível de análise para compreender melhor cada problema.
O primeiro cuidado deve ser descartar quaisquer causas biológicas. Dentro das causas biológicas, várias possibilidades podem ser apontadas como responsáveis por disfunções sexuais. Causas de origem vascular, hormonal, bem como alterações na anatomia do corpo, podem vir a afetar a função sexual.
Além disso, algumas doenças específicas, o uso de determinados medicamentos e o consumo excessivo de álcool e drogas podem afetar o desempenho sexual. Essas condições biológicas são frequentemente tratadas de forma multidisciplinar, com profissionais urologistas, ginecologistas, fisioterapeutas pélvicos, proctologistas, entre outros.
Entretanto, na maioria das vezes a influência das emoções sobre a sexualidade é a maior das causas, além do que, quaisquer causas orgânicas trazem grandes desconfortos emocionais, afetando a sexualidade de modo geral.
Há também uma série de outros fatores que podem influenciar a qualidade e o desempenho sexual, trazendo insegurança, tais como estresse no trabalho e preocupações do dia a dia, ansiedade, medos, depressão, conflitos de identidade, traumas sofridos, educação repressora e falta de educação sexual.
Ainda, mitos e crenças sobre sexo podem distorcer a realidade e aumentar os sentimentos de incapacidade ou inadequação sexual. Conflitos nos relacionamentos também vão super influenciar na esfera sexual…
Em todos esses casos, a Terapia Cognitiva Sexual surge como uma proposta de tratamento eficaz, centrando-se na pessoa, suas necessidades e possíveis problemas. Assim, permite-se uma intervenção focada nas demandas específicas de cada caso, contribuindo para a superação de disfunções e insatisfações sexuais.
Melhora na autoconfiança, na autoestima;
Melhora nos relacionamentos trazendo mais intimidade e prazer;
Promove autoconhecimento do corpo; e
Promove melhorias e ajustes na sexualidade como um todo, física, mental e emocionalmente.
Hoje, apesar de tantas mudanças profundas, avanços e influências advindas da globalização e dos contatos interculturais, dos meios de comunicação, do acesso às informações, da internet, da medicina, das medicações, da indústria pornográfica, e tantos outros elementos, ainda falar sobre sexualidade é um tabu, e mais do que nunca, podemos e devemos falar sobre a sexualidade, sobretudo a educação da sexualidade saudável e equilibrada.
Entretanto, se perguntarmos quem se sente ou sentiu-se confortável para falar aberta e honestamente sobre sexualidade na família, na escola, com profissionais de saúde, na mesa do bar, com os amigos e até com a parceria, é bem provável que poucos.
Isto se deve, em parte, à longa tradição histórica de fazer da sexualidade um tabu. As crenças e os mitos, intrinsecamente associados à cultura e religião ainda influenciam e determinam grandemente as percepções individuais sobre o que é considerado certo ou errado, normal ou anormal, permitido ou proibido no âmbito da sexualidade.
A sexualidade inerente a todos nós, desde o momento do nascimento até os últimos dias de vida, deveria ser encarada de maneira natural, livre e prazerosa. Temos algumas iniciativas na esfera escolar com a inclusão de educação sexual, que na maioria das vezes se restringe à prevenções de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, mas não é uma educação sexual aprofundada…
Aqui, a Terapia Cognitiva Sexual se destaca como uma relevante ferramenta para auxiliar no desmantelamento destes tabus e na promoção de uma efetiva educação sexual, inclusive para os pais.
Voltando um pouco no tempo, nos deparamos com uma época em que esse assunto era um tremendo tabu. O século passado, por exemplo, não exibiu uma modalidade particularmente aberta quando se tratava de sexualidade. A mentalidade predominante visava conter e restringir a expressão sexual, especialmente no caso das mulheres.
Para os homens, por exemplo, a educação sexual partia principalmente de fontes externas. Os meninos aprendiam coisas na rua, com os amigos, revistas de mulheres nuas, vídeos discretos, e eram até mesmo incentivados a procurar profissionais de sexo. A ideia era que eles se tornassem o “homem macho”, aquele que tinha inúmeras conquistas amorosas.
Paralelamente, a modalidade para com as mulheres era notavelmente repressora. Elas eram submetidas a uma série de respostas baseadas em temores, como a noção de que sexo antes do casamento era uma transgressão grave, que homens só se casavam com moças virgens, que poderia resultar em gravidez, doenças, era decadente, doloroso, sujo, pecado e escandaloso.
Havia uma tendência de construção de imagem de que a mulher que se engajasse sexualmente antes do casamento era considerada sem vergonha, fácil, safada; se a mulher tivesse vários parceiros ela não prestava, caso se mostrasse mais era leviana…
Da mesma forma, um duplo padrão sexual altamente visível emergia no século passado, onde os homens eram encorajados a explorar sua sexualidade, enquanto as mulheres, por outro lado, eram instruídas a se conterem.
No entanto, essa “liberdade” masculina também carregava uma carga de responsabilidade e obrigações associadas a performances sexuais, alimentando a ideia de que deveriam estar sempre dispostos e em controle total de sua sexualidade, gerando uma pressão exorbitante.
Em contraste, as mulheres experimentaram um estado de opressão sexual e, com a passagem do tempo, começaram a afirmar seu direito ao prazer sexual. Esse direito evoluiu até o ponto em que a expressão sexual feminina passou a ser socialmente aceita. De certa forma, entretanto, essa mudança movida a liberdade sexual também apresentou um sinal de reversão, dando origem à ideia de que gostar de sexo se tornou um dever.
Portanto, olhando para a sexualidade antigamente, é claro que vivemos tempos de grandes mudanças. Por mais que ainda lutemos com ideias retrógradas e tabus, a mudança no pensamento sobre sexualidade, ao longo das décadas, ofereceu a todos uma liberdade que antes era fortemente reprimida.
Isso, no entanto, também introduziu uma nova pressão para se adequar a certos padrões sociais, sugerindo que a jornada em busca da liberdade sexual plena continua.
Hoje, a mulher conquistou autonomia, independência e liberdade para vivenciar e expressar sua sexualidade. No entanto, esse avanço é seguido de cobranças e obrigações. A mulher moderna rompeu barreiras, assumiu papéis tradicionalmente masculinos, mas ainda luta para conquistar o seu espaço na intimidade.
Muitas vezes, a mulher nem sabe conduzir porque não aprendeu, diferente do menino, que aprendeu a manusear sua genitália, ali sempre às mãos, enquanto as meninas não tiveram conhecimento nem do próprio corpo porque era proibido. Como a mulher poderia ter aprendido se ela nem tentou, e nem se conhece?
Muitas vezes, a sua autonomia sexual é cerceada pelo desconhecimento do próprio corpo e pelos tabus e mitos ainda presentes na sociedade. Por sua vez, o homem contemporâneo se depara com a necessidade de adaptar-se a essa nova configuração. A expectativa de performance sexual e de cumprir rigidamente o papel de “provedor de prazer” pode resultar em frustrações e sentimentos de inadequação.
Quantas mulheres se sentem confortáveis de conduzir a parceria, falar o que gosta o que não gosta? Talvez, ela nem saiba quais os caminhos. Então, se o sexo para ela não é bom, ela vai achar que não tem desejo espontâneo.
Então, ela continua num lugar passivo, apesar de tudo, pois o homem que dá prazer à mulher, e se isso não acontecer ela vai buscar alguma estratégia, como fingir o orgasmo para não decepcionar esse homem, que por sua vez vai ficar frustrado e talvez se sentir menos homem, e por aí vai, e todos esses significados são levados para a cama e vão gerando as insatisfações.
Nesse contexto, é preocupante a influência da indústria pornográfica e seus padrões irreais, intensificando a lógica da performance. Assim como a disseminação de recursos e práticas eróticas que, embora busquem incrementar a vida sexual, acabam por reforçar a ideia de que o sexo precisa se resumir a um roteiro pré-definido de desejos e realizações.
A crescente valorização da performance sexual resulta em uma contraposição ao prazer autêntico. Sob essa ótica, o sexo passa a ser encarado como mais uma tarefa a ser cumprida, um esforço a ser desempenhado, desvalorizando os momentos de intimidade e autodescobrimento.
Essa ênfase na performance alimenta um ciclo de insatisfações, inseguranças e frustrações, ao criar a expectativa de que a vida sexual deva ser sempre perfeita e satisfatória. E quando isso não acontece, surgem questionamentos, frustrações, autocobranças e descontentamentos, que podem impactar negativamente o relacionamento e a autoestima do indivíduo.
Compreender e aceitar a sexualidade como uma jornada individual e única é fundamental nessa nova perspectiva da sexualidade contemporânea. Ao invés de buscar atender a um padrão idealizado de sexualidade e desempenho, é importante redescobrir o prazer genuíno e o autoconhecimento, valorizando a diversidade, a individualidade, as emoções e a autonomia de cada um.
A sociedade vem migrando de um padrão que era repressivo demais para um padrão permissivo e muito exigente. E tudo isso vai contra a lógica do prazer genuíno e da verdadeira intimidade, afinal, estou tendo sexo porque é minha energia sexual ou porque estou Performando?
Essa discussão reforça a necessidade urgente de maiores orientações e intervenções adequadas que visem ao bem-estar e à saúde sexual dos indivíduos, sem deixar de considerar, é claro, o prazer genuíno na intimidade. Tudo isso permitiria a desconstrução de mitos e o combate ao estresse, ansiedade e frustrações derivados da pressão por performances sexuais irreais.
Ejaculação prematura;
Ejaculação retardada;
Dificuldades com o desejo e o orgasmo ou disfunção erétil;
Compulsões e transtornos relativos a preferências sexuais, os quais muitas vezes trazem sofrimento e comprometimento em relacionamentos e interferem trazendo consequências em várias áreas da vida;
Transtorno do desejo hipoativo;
Orientações de pais sobre o desenvolvimento sexual ao longo da vida (sexualidade na adolescência e na maturidade);
Educação sexual para adolescentes;
Educação sexual e Orientações a casais e noivos que priorizam iniciar a vida sexual após o casamento;
Sexualidade em idosos, ou que se separaram e ficaram viúvos;
Mulheres que passaram por câncer ginecológico de mama;
Homens que passaram por câncer de próstata; e
Minorias LGBT.
A proposta da Terapia Cognitiva Sexual baseada em evidências, visa fomentar na pessoa uma maior compreensão sobre a sua sexualidade, dentro de um espaço seguro, sigiloso e respeitoso, onde abordaremos pensamentos, emoções, crenças e medos relacionados à sexualidade.
Ao longo das sessões, o indivíduo se depara com a oportunidade de desconstruir mitos, expectativas estereotipadas e pensamentos distorcidos, rastreando suas origens a padrões culturais, sociais ou pessoais, sempre respeitando sua cultura e seus valores…
Essa abordagem terapêutica é centrada na pessoa, promovendo o autoconhecimento e facilitando a identificação de esquemas cognitivos pessoais que resultam em dificuldades na tomada de decisões, regulação das emoções, assertividade e erotismo, saindo da lógica da performance e voltando-se pra lógica da intimidade e do prazer.
Além disso, possibilita o reconhecimento dos fatores destrutivos da sexualidade. A Terapia Cognitiva Sexual busca instigar a auto-reflexão e a autocompreensão, permitindo que o indivíduo observe, entenda e transforme seus padrões disfuncionais…
A Terapia Cognitiva Sexual uma terapia breve que incorpora as inovações mais recentes baseada em evidências, com intervenções, técnicas e ferramentas desenvolvidas pra esse fim, em conjunto com conhecimentos profundos da sexualidade humana e suas interações com as construções sociais, diferenciando-se assim dos modelos convencionais, priorizando a empatia e o respeito às diversidade de opiniões, pensamentos, cultura e religião. Essas habilidades podem ajudar a promover uma melhor intimidade emocional, comunicação aberta e resolução de conflitos.
Com um grau maior de autoconsciência e autonomia, o indivíduo é capaz de fazer escolhas que levam a uma sexualidade mais saudável, prazerosa e em consonância com suas necessidades e desejos. Assim, a proposta da terapia é proporcionar uma sexualidade livre de pressões externas, conflitos internos e temores infundados, na qual o indivíduo é capaz de desfrutar de sua própria sexualidade de uma forma positiva, prazerosa e saudável.
A Terapia Cognitiva Sexual te ajuda a ter a vida sexual que você merece ter!
Encontrei um grande sentido de vida ao ajudar as pessoas a pôr em ordem sua casa emocional e mental, tratar de seus processos e dificuldades. Atuo com Terapia de Sessões Únicas e convencional.