Hoje, é impossível imaginarmos nossas vidas sem a tecnologia e as redes sociais, afinal elas fazem parte do nosso cotidiano. Através delas trabalhamos, nos comunicamos, fazemos compras, pesquisamos, estudamos, nos informamos, interagimos, etc.
Então, como existe a compulsão e dependência tecnológica? E como isso nos prejudica? O grande problema é que, a compulsão por redes sociais está cada vez maior e mais comum do que imaginamos.
Continue a leitura e conheça mais a respeito!
Compulsão por redes sociais e dependência tecnológica
Caracterizada pelo uso excessivo da tecnologia, das redes sociais, jogos, Netflix, vídeos e mídias interativas, em geral. O indivíduo, quando privado destes ambientes, pode ter reações negativas, além de acabar não tendo outros interesses.
Lembra a dependência química, mas é uma dependência comportamental, com a intenção de buscar prazer de modo a alterar o humor ou como fuga. Produzindo impacto negativo na vida, a pessoa fica alheia e deslocada, pois prioriza a interatividade digital. Em alguns casos, perde o sentido da empatia, a intimidade, o saber ouvir, etc.
Alguns têm mais consciência do problema, outros não. Também há relação com o menor desempenho acadêmico, menos satisfação com a vida e baixa qualidade nas relações familiares e sociais.
Pode apresentar comorbidade como ansiedade social, o que é até compreensivo, visto que ao passar muito tempo na internet o indivíduo experimenta um espaço com total liberdade, sem aparecer, sem ser julgado, tendo amigos e podendo interagir em sites de relacionamento.
Geralmente quando um familiar ou o próprio dependente busca ajuda, as relações familiares estão quase destruídas, ainda que isso não seja a causa primeira.
A TRG (Terapia de Reprocessamento Generativo) vê a compulsão por redes sociais com a mesma lógica das demais compulsões. Ou seja, como um impulso interno irresistível e excesso de ansiedade, que leva a pessoa a ficar ligada e conectada, de forma excessiva, para preencher um vazio interior.
Além disso, no caso da dependência tecnológica, ainda há outro agravante; a importância da neurofisiologia no ciclo do reforço e manutenção do comportamento persistente, ao acessar as tecnologias digitais.
E o que é Neurofisiologia e o ciclo do reforço?
Existe um componente envolvido que leva o comportamento de ativação de mecanismos neurológicos, a dependência tecnológica fica envolvida igual a certos contextos que buscamos, como, por exemplo, a cafeína, onde temos a recompensa de ficarmos mais presentes. Existe por exemplo: a recompensa monetária (ganhar dinheiro), a recompensa alimentar (ingerir só por necessidade não satisfaz, tem que ser saboroso), a recompensa por sexo (não só para procriação, também por prazer).
Todas essas áreas estão ligadas a circuitos de recompensa, o desejo e a vontade estão no cérebro, porém o organismo pode suprimir ou não. Por exemplo, assistir uma aula pode não estar ativando o circuito de recompensa imediata e nem dando prazer, só mais à frente.
No caso da dependência tecnológica, por exemplo, a pessoa está interagindo, alguém chega e fala: vamos jantar! Naquele momento, ela precisa fazer um bloqueio, e ativar o “desliga”, mas se sente mal e então não desliga.
Em outro exemplo, a pessoa está no Instagram, como um zumbi digital, buscando ver fotos, o prazer e o lazer de alguém, e as imagens vindo de forma desordenada aumentam as chances da pessoa permanecer parada ali.
O Facebook também utiliza essa estratégia. O rolar infinito da timeline acontece por reforçamento, a maioria vê coisas que não interessam, mas criam gráficos; elementos que nos fazem ficar presos a tela. A Netflix também é outro exemplo, ao término do episódio, há um botão “Próximo episódio”, isto é um encadeamento de histórias, ativando o reforçamento do circuito de recompensas. Embora hoje, o Facebook e o Google atuem de forma mais responsável.
Hoje, a atenção é nosso bem maior. A todo tempo os dispositivos buscam prender nossa atenção. Com o que estamos disputando? Com esse mecanismo biológico que gera uma disputa desleal entre o prazer imediato e o atraso na recompensa.
Nosso cérebro segue algumas regras básicas em seu funcionamento, que têm sua origem na necessidade de sobrevivência e perpetuação da espécie. Primeiramente, ele procura o máximo de prazer e satisfação imediata. Depois tenta escapar de tudo que seja arriscado, perigoso e desconfortável. Por último, tenta seguir pelo caminho mais fácil e prazeroso.
O que fazer?
A TRG vai reprocessar e reestruturar todo seu psiquismo. Ao longo do tratamento você perceberá o autocontrole e a calma, para lidar e se libertar dos gatilhos que o levam aos impulsos compulsivos. Tudo isso, aliado a estratégias que o fará se libertar do problema.
Gostou do artigo? Falaremos mais sobre outros tipos de compulsões.