Emoção natural nos seres humanos, a ansiedade nos coloca em estado de alerta, gerando tensões, preocupações e agitação. Geralmente, é vivenciada quando estamos diante de uma situação que nos causa medo, como o primeiro encontro, entrevista de emprego, falar em público, entre outas.
Parte importante para sobrevivência de nossa espécie na natureza, a ansiedade hoje causa uma série de problemas e angústias as pessoas. Isso acontece porque a resposta ansiosa está registrada em nosso psiquismo, nos levando a reagir desta forma nas mais diversas e variadas ocasiões.
Nesta matéria desvendamos a ansiedade sob a ótica da TRG (Terapia do Reprocessamento Generativo). Boa leitura!
A ansiedade na visão da TRG
A TRG concebe a ansiedade como decorrente do excesso de informações dolorosas. Sejam elas traumas ou marcas emocionais, estes dados, coletados ao longo de sua vida, lhe imprimiram uma mensagem de perigo ou desamparo.
Como se tivéssemos um “chip”, monitoramos o ambiente ao nosso redor a todo o momento. Diante de uma situação que provoque insegurança e vulnerabilidade, as mensagens impressas no psiquismo são ativadas, causando a ansiedade.
Por ser atemporal, para o inconsciente não importa se o evento doloroso aconteceu há 40 anos, nem se o “perigo” é real ou imaginário, nosso corpo reagirá liberando adrenalina no organismo, o hormônio de luta ou fuga.
A liberação de adrenalina força uma reação do corpo e é a responsável por diversos transtornos, como: ansiedade, fobia, pânico, compulsão, entre outros. Para a TRG, todos esses desarranjos do psiquismo têm uma mesma raiz.
Quando a ansiedade é um problema?
Há casos onde a ansiedade é excessiva provocando desconforto e angústia, como aflição, preocupação ou medo. Manifestados em momentos indevidos, de forma duradoura e frequente, se interferirem de modo negativo em nossas vidas, podem estar vinculados a algo mais grave.
Sendo a ansiedade a raiz de muitos sofrimentos emocionais, pode se manifestar como transtornos de: Ansiedade Generalizada, Ansiedade Social, Pânico, TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e Compulsões – alimentar, compras, sexo, bebida alcoólica, pornografia, tecnologia etc.
Ciclo da ansiedade
O “estado de alerta” é o pico desse ciclo da ansiedade que se inicia lá atrás, ou nem tão atrás assim, afinal para o inconsciente não existe cronologia nos fatos, sejam 20 ou 30 anos, ou recentes, tudo será vivido como se acontecesse naquele segundo, desencadeado em um evento doloroso, ocorrido em algum momento de sua história.
A sensação de perigo e desamparo, de perda, frustração e medo, são somadas e registradas no inconsciente, como, por exemplo, uma criança ou um adulto, que em determinada situação sentiu-se ameaçado e desprotegido.
Sem ter resolvido a questão, a pessoa segue sua vida, mas segundo as regras que regem o inconsciente, o sentimento de perigo e vulnerabilidade, o revisitará sempre que houver algum estado de insegurança, independentemente de ser real ou imaginário.
A busca do equilíbrio e do bem-estar são temas constantes para o inconsciente. E acaso não o encontre, ou seja, quando as questões não foram resolvidas e o trauma dissolvido, a estrutura entra em generalização. E, numa repetição compulsiva, envia mensagens para você ficar alerta, pois ali há perigo.
Sintomas
A dinâmica atemporal do inconsciente, onde não existe passado e futuro, apenas presente, é a responsável pelo sintoma que caracteriza a ansiedade: o pensamento constante de que coisas ruins acontecerão.
O ansioso tem sua mente bombardeada a todo instante com imagens de cenários futuros pintados da pior forma possível. O excesso de mensagens de medo do passado, o faz antecipar estas situações, fazendo com que o cérebro comunique as suprarrenais, exigindo a produção e liberação de adrenalina.
Circuito da ansiedade
Feito o link com o registro negativo, o inconsciente entra em alerta e as suprarrenais recebem a informação de que devem produzir e descarregar adrenalina no organismo. Numa fração de segundos, a pessoa experimenta:
- Coração acelerado, que bombardeia sangue para os músculos grandes;
- Respiração curta e acelerada, elevando os níveis de oxigênio no sangue;
- Mãos e pés gelados, em decorrência de todo o sangue que foi redirecionado aos músculos grandes;
- Sensação de perigo;
- Suor frio;
- Vasoconstrição, sentimento de angústia como se um cano tencionasse as veias, artérias e todo o sistema vascular para suportar a pressão e não explodir;
- Sensação de descontrole e desespero, com falta de ar e pressentimento de que está em perigo e irá morrer.
A produção de adrenalina, o hormônio da sobrevivência, promovido pelas suprarrenais, permitiu que o ser humano – em período longínquo de nossa história, quando vivíamos em cavernas – entrasse num modo fuga-luta, diante de algum perigo, como o ataque de animais. Assim, a adrenalina mantinha nossos corpos preparados para lutar ou fugir, em um ambiente tão inóspito.
Porém, nosso software não foi atualizado e ainda hoje temos a mesma reação de nossos antepassados, quando: passamos por dificuldades financeiras, como um boleto a vencer ou uma demissão, estamos para receber uma notícia ruim, um laudo ou um imprevisto desagradável; desencadeamos o ciclo da ansiedade.
O que fazer durante uma crise de ansiedade?
A crise de ansiedade, mesmo que não pareça, segue uma sequência lógica e com a técnica que iremos lhe apresentar você conseguirá interromper o fluxo. Repita o exercício em vários ciclos de 7 minutos.
Logo que a adrenalina é ativada, se inicia o circuito da ansiedade, onde o primeiro sintoma é o aumento das batidas cardíacas. Você não consegue interferir e diminuir o ritmo do seu coração, mas pode alterar a frequência modificando sua respiração.
A tendência é de que com a aceleração dos batimentos, nossa respiração também fique mais rápida, então a dica mais valiosa para conseguir fazer a crise passar é: respirar. Sente-se, vire as palmas de suas mãos para cima, esta técnica da yoga chama-se mudra e contribui para a melhora do fluxo energético corporal.
Inspire pelo nariz, imaginando que seu abdômen é um balão que se enche de ar e, então, expire pela boca, soltando o ar lentamente. Repita a respiração por mais 10 vezes e mantenha o hábito, ele irá diminuir suas crises.
Gostou do artigo? Se você sofre com excesso de ansiedade, venha, vamos conversar! Aguardo você!